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sábado, 27 de abril de 2019

Desabafo de um familiar


Já faz algum tempo que recebi esta mensagem. Trata-se de um desabafo de um familiar.


Mesmo na sobriedade, falta alguma honestidade no adicto.
Isso me faz pensar se não há algum "defeito" interno nele.
Quero dizer, ele está pensando em comemorar aniversário de sobriedade. No entanto, teve uma recaída e não foi limpo por um ano, apenas cerca de 4 meses.

Eu sei que é uma coisa pequena, mas é típico da desonestidade.
Ele não parece ser capaz de admitir sua impotência em relação aos medicamentos.
E continua a culpar os outros por suas recaídas.

Eu sei que é a sua recuperação, não a minha, e que ele terá que descobrir a necessidade de integridade por conta própria.
Eu sou grato por ele estar limpo e em casa. Mas nem sempre é fácil manter o foco em mim quando estou diante de tais afirmações enganosas terríveis.
Algo que eu tenho que aprender, eu acho.
Eu me pergunto se a mentira é tão arraigada que eles não sabem como ser honestos, mesmo em recuperação.
Como será que os outros lidam com a desonestidade inerente e incapacidade de confiar?

sábado, 19 de março de 2016

Expectativas


Aprendemos com a programação a não ter Expectativa.

Mas como não ter se é “o estado ou qualidade de esperar algo ou alguma coisa que seja viável ou provável que aconteça; um grande desejo ou ânsia por receber uma notícia ou presenciar um acontecimento que seja benéfico ou próspero”.

Do latim exspectare, a palavra expectativa também é utilizada para designar a condição de alguém que tem esperança em algo que foi baseado em promessas ou visibilidade de se tornar realidade.
Outra característica necessária para que possa existir a expectativa é a previsão, informação ou condição que sustente esta esperança, caso contrário a chamada "expectativa" não passaria de uma "ilusão" ou utopia.
Normalmente, quando esperamos ou desejamos muito por algo ou alguma coisa e, eventualmente, a expectativa não cumpre a realidade, surge o sentimento de desilusão.
Por outro lado, quando a realidade supera o esperado, diz-se que determinada coisa ou situação "superou as expectativas".
Conclusão: a expectativa em si nunca chega ao seu ponto. Ou está abaixo e vem a desilusão ou está acima e se supera.
E em recaída me pergunto: Como viver positivamente, projetando para frente, com sonhos, sem tê-las?

Reposta para minha recuperação: Viva só por hoje!
É o que estou tentando com esse post. Retomar a recuperação e a serenidade, vivendo e compartilhando este momento.
Obrigada!
Os grifos foram retirados do site http://www.significados.com.br/expectativa/

segunda-feira, 7 de março de 2016

A força do pensamento

"O pensamento é a energia da consciência. O pensamento cria a experiência de realidade e expressa a qualidade da alma.”

E parece que tem vida própria independente de nossa vontade.

Quando entramos na neurose de pensar nas possibilidades (e se estas são negativas) instala-se um processo de insanidade crescente, que vai tomando força e nos levando para um buraco sem  fim.

O fio de lucidez que ainda resta tenta me convencer do contrário, tenta buscar outras possibilidades ou a simples negação destas... mas é só um fiozinho... e não tem força.

A energia se esvai... porque esta força consome.


Só me resta praticar o primeiro passo (admitir minha impotência): assim como entregar tudo ao meu PS (terceiro passo ): tentar mudar o pensamento de lugar...  e viver um dia de cada vez...

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Insanidade x Serenidade

Sinto-me insana quando quero muito alguma coisa, e no momento que quero.
E esse desejo não acontecendo, vem a inquietação, a ansiedade, um mal estar péssimo.
Nesses momentos, trava-se uma batalha interminável entre a minha doença e a manutenção da minha serenidade.
Procuro me ocupar, fazer coisas... mas sempre volta o pensamento daquilo que quero.
O dia e a noite, enquanto estou acordada, se arrastam...
Nessas horas, lembro-me que devo dividir o dia em pedacinhos mastigáveis... e me conter.
O filtro se devo ir ou ficar... fica prejudicado.
Penso nos lemas e me agarro à oração da serenidade pedindo sabedoria para saber distinguir o que posso e o que não posso.
Entrego nas mãos do meu Poder Superior toda essa angústia, e adormeço (momento de paz).

Amanhã... será outro dia!

sábado, 11 de julho de 2015

Aceitação II

Nem tudo acontece como desejamos.
Às vezes, nem sabemos se o que desejamos é o melhor.
Talvez tenha sido melhor eu não ter ido, 
não ter dito, 
nem ter feito...
Poderia ter sido bom... ou não.

Tem coisas que começam e acabam.
Outras terminam antes mesmo de começar.
E tantas outras, que ficam inacabadas.
Mas tudo é como tem que ser.
Afinal, não temos o controle de tudo (ou de quase nada?)

E é aqui que entra a aceitação de tudo aquilo que não posso modificar.
E graças à programação, tenho conseguido manter a serenidade.


SPH

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Sarau2014

Nesta última quarta-feira, foi a última reunião do ano do nosso grupo.
Fizemos uma confraternização com  sarau.
Como não sou muito boa com estas coisas de apresentações artísticas, resolvi fazer um vídeo.
No vídeo do link abaixo, eu conto minha trajetória resumida na programação dos 12 passos.
PS. a música talvez tenha sido bloqueada por direitos autorais (lamento)

para os meus leitores que não dominam a língua portuguesa, vou descrever abaixo por ordem de imagem, cada frase colocada no vídeo.


1- Vou resumir a minha experiência:
2- antes de chegar à irmandade de 12 passos
3- estava vivendo mergulhada na dor, no caos e na insanidade
4- Passei por uma fase crítica... a sensação era que meu mundo estava se acabando
5- Fui dormir e fiz algo que raramente fazia....
     Pedi a Deus que iluminasse o meu caminho e que me mostrasse a direção
6- Eu estava, sem saber, entregando minha vontade e minhas angústias
7- O Poder Superior agiu...
8- No dia seguinte, acordei com o pensamento fixo em encontrar um grupo de ajuda. E encontei!
9- E assim... dei meus Primeiros Passos
10- Impotência
11- Fé
12- Aceitação e Entrega
13- admitir-me impotente..., não foi algo tranquilo
       a sensação era de derrota no início
14- Mas quando concebi minha impotência perante minhas emoções e perante o outro
      o resultado foi uma sensação de humildade que me trouxe muito alívio
15- E então... o ciclo se fechou
16- Admiti minha impotência
        Acreditei em um Poder Superior
        E entreguei à Ele tudo o que me era difícil
17- E continuei voltando...
18- O obscuro se tornando clareza. O medo dando lugar ao conforto. E o que era insano retomando seu equilíbrio
19- Não foi... e não é simples... É lento, doloroso, difícil.
20- mas depois... com a aceitação é como boiar... O peso some do corpo, do pensamento, do sentimento.
       A resistência do início, dá lugar à consciência.   
       Mas somente quando esta consciência se fundiu com o sentimento, é que entendi, de fato, o quanto fiquei livre.
21- e atualmente... só tenho um desejo
22- Tornar-me cada vez melhor espiritualmente
23-E só por hoje, continuo a minha caminhada
24- com voces!!!!  Nesta irmandade que encontrei quando estava pirando nesse processo.
25- E aprendi sobre o AMOR
26- A dor? acho que desaparecendo...
27- Só tenho a agradecer, pois nesse processo todo, sei que a caminhada só está começando...
28- mas só preciso me ocupar com o dia de hoje... e dar um passo de cada vez
29- Deixo aqui a minha gratidão que é eterna
30- ao  Poder Superior
31- a esta nova irmandade que conheci
32- A cada um de vocês que faz essa sala acontecer
33- A cada um que me acolheu com amor

34- Meus sinceros votos de Boas Festas. Um ano novo repleto de paz e serenidade do qual pretendo estar aqui com cada um de vocês!!  Muito Obrigada!!

EIS O VÍDEO:


Os grifos - referem-se a alteração em relação ao vídeo original apresentado, por repeito a décima segunda tradição.



quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Perdão...





Participando das reuniões e refletindo sobre o oitavo passo.





“Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados”.


Ainda não fiz a relação, embora tenha em mente inúmeras pessoas.
Prejudicar alguém, não necessariamente significa fazer o mal com a intenção dolosa. Às vezes, uma simples fala, um olhar, um gesto ou a ausência de qualquer um desses, pode caracterizar esse prejuízo.

Penso nessas pessoas, e penso em quando estiver pronta, partir para o nono passo e finalmente fazer a reparação.

Eu te peço perdão por aquele olhar tão julgador.
Mas antes, perdôo-me por ter feito as minhas interpretações e reagido a partir delas.

Eu te peço perdão por aquele silêncio cruel.
Mas também me perdôo por mergulhar no abismo de pensamentos infinitamente mais cruéis.

Eu te peço perdão por cada palavra fria, de acusação e de censura.
Mas antes, perdôo-me por ter passado uma vida mergulhada em um mundo tão meu, onde parecia tudo tão certo a minha maneira.

Eu te peço perdão por todos os gestos de extrema indiferença.
Mas antes, perdôo-me por estar, exatamente nesses momentos, vivenciando minha dor, sem tempo de apoiar-te em sua dor.

Eu te peço perdão por não compreender a sua ferida.
Mas antes, perdôo-me por não compreender a minha própria ferida.

Eu te peço perdão por ter tido atitudes vilãs.
Mas antes, perdôo-me por pensar que estava agindo como heroína.

Eu te peço perdão por ter me envolvido tanto na sua vida a ponto de acreditar que poderia mudá-la.
Mas me perdôo por não saber que eu só poderia mudar a minha própria vida.

Ainda em pensamento as pessoas.
Ainda em sentimento o perdão.
Mas é assim que amadureço o oitavo passo para então, finalmente, seguir para o nono.

Deixo aqui meu desejo de bons sentimentos!

Paz e Serenidade

sábado, 19 de julho de 2014

Passaporte para a Liberdade

Passaporte para a Liberdade é o título do folheto lido na última reunião e que me fez repensar tantas coisas...
Sempre acreditei que tudo é muito relativo.
E alguns temas são muito polêmicos.
A liberdade é um deles.

Liberdade significa o direito de agir segundo o seu livre arbítrio, de acordo com a própria vontade, desde que não prejudique outra pessoa, é a sensação de estar livre e não depender de ninguém. Liberdade é também um conjunto de idéias liberais e dos direitos de cada cidadão.( http://www.significados.com.br/liberdade/)

Na verdade, liberdade pode significar tanta coisa.
Semana passada na reunião, ouvindo essa leitura, só pude contextualizar que ganhei o passaporte para a liberdade, primeiramente chegando ao grupo doze passos, sendo acolhida com amor e compaixão e tendo a sensação de que não estava sozinha.

Depois, a consciência dos três primeiros passos.
- admitir a impotência diante de tudo que está fora de mim
- acreditar que existe um poder superior a tudo e todos
- entregar a este poder superior tudo aquilo que está fora do meu controle e do meu alcance.

Esses três passos nos tira da ilusão de que podemos controlar o outro e nos trás um alivio de um peso muito grande. “Começamos a descobrir a liberdade e o poder que possuímos – de definir e viver nossas próprias vidas. (Os Caminhos para a Recuperação)

Daí em diante... tudo foi uma questão de tempo, de continuar voltando e de praticar a programação.

Após receber este passaporte, só posso concluir que a minha liberdade é a minha consciência de mim mesma, de minhas possibilidades e de minhas limitações.
É a consciência e aceitação de minhas responsabilidades pessoais.
De olhar para o outro e vê-lo como é sem querer mudá-lo.

A preocupação com o que o outro diz ou pensa a meu respeito, perde a importância.
Porque a programação trás essa consciência de liberdade que não precisamos justificar o que falamos ou fazemos.

Aprendemos a cuidar melhor de nós mesmos e a manter relacionamentos saudáveis em todos os setores de nossas vidas.

Então é isso.
Viva a liberdade!! A paz e a serenidade que conquistamos...

Um dia de cada vez..

sábado, 24 de maio de 2014

Diante de um adicto

Depois de alguns anos, “afastada” da realidade e convivência com a adicção, passei por uma experiência que, embora tenha me abalado, também mostrou que estou evoluindo na prática do desligamento.

Aconteceu no âmbito de trabalho.
Tive que lidar com uma situação de delito, ocorrida nas dependências de um cliente por um funcionário recém-contratado e em experiência.
Nesses vintes dias, até ocorrer o episódio, já tinham acontecido diversas situações de atraso e escassez de dinheiro.

Comportamentos um tanto quanto “estranhos” para um período de experiência que, somados a aparência e estado físico demonstravam claramente que havia algo errado.

Era um candidato promissor! Possuía todas as qualidades esperadas para o perfil – e essa expectativa velava os indicadores negativos.

Enfim, o episódio veio à tona. As cenas estavam gravadas e com elas as cortinas se abriram.
Estava lá eu, diante de um adicto, recém contratado e que tinha tudo para continuar na empresa.

Primeiro passo – liguei para o cliente para esclarecer e amenizar o episódio.
Em paralelo, todas as ações para localizar o envolvido.
O cliente surpreendeu a todos. Manteve as coisas separadas o que não afetou em nossas relações comerciais e ainda “deu uma lição de vida” para o nosso envolvido.

Segundo passo – resolver a relação do envolvido com a empresa.

A primeira parte era complicada por envolver relações com terceiros e aspectos financeiros. Mas era racional. Bastava usar de inteligência, comunicação, busca da compreensão (e fui muito felizarda) e assim, tudo se resolveu.

Esta segunda parte dependia de um equilíbrio entre o racional e o emocional.
E foi um teste para mim.

Desliguei o funcionário, sem abrir mão da entrevista de desligamento.
Fechei uma porta para ele – no meu papel profissional, não podia ser diferente.
Mas abri outra.
Conversei abertamente sobre a adicção, sobre a história de vida dele (pessoal e profissional que já conhecia) e fiz um paralelo entre as duas.
Não o julguei e nem o condenei e nem me compete isso.
Apenas apontei o caminho que ele está, e os caminhos que ele pode escolher.
Apresentei a programação dos doze passos
E me coloquei a disposição (pessoal), se e quando houvesse interesse e disponibilidade

Durante essa entrevista o conflito era gritante.
A vontade era de “pegar no colo” mesmo sabendo que esse não era meu papel e nem minha responsabilidade.
Consegui me superar.
Consegui deixá-lo ir sem me sentir abandonando-o.

Foi a primeira vez que me vi praticando o desligamento com amor, da forma como tenho lido esses anos todos.
Ficou um “pesar” de culpa – de “podia ter feito algo” (mesmo sabendo que não cabe)
Mas, ao mesmo tempo, ficou o alívio de que “essa responsabilidade não é minha”.

Nesse dia, fiquei meio esvaziada, sem energia.
Mas uma boa noite de sono, e acordei bem!!

E continuo bem, só por hoje!

sábado, 29 de março de 2014

Benefícios dos 12 passos

Há pouco tempo, eu me incomodaria com opinião X ou Y a respeito de qualquer coisa.
Hoje, me pego ouvindo ou “lendo” algo que me incomoda (tipo alguma opinião ou julgamento) e simplesmente reflito a respeito. Pego uma ruflles pra comer, vejo TV ou ouço uma canção e esqueço. E nem preciso mais contar até dez.

Fazer primeiro as primeiras coisas e viver um dia de cada vez, são lemas, que me ajudam a controlar a ansiedade, quando tenho inúmeras coisas para fazer.
Além disso, com essa prática, consigo estabelecer metas e cumprir uma de cada vez. Se alguma coisa ficou sem fazer, eu penso “não era prioridade” e ainda penso “só por hoje”, não deu pra fazer”.

A consciência da impotência adquirida com a aceitação de tudo que não posso modificar traz conforto e acalma a alma.

Quando me sinto bloqueada (por qualquer razão que seja), penso que posso dar um passo e ir seguindo com calma, porque o que importa é ir seja em qual ritmo for. E ainda lembro que devagar, se vai longe.

“Viver e deixar viver” refere-se a uma prática que me conscientiza de que cada um deve viver a sua vida.  Que cada um tem a sua opinião, sua forma e seu jeito. E que não existe certo ou errado. E eu preciso ter esse lema como um sininho no meu pensamento. Salvou-me de alguns desastres e coloca-me no meu devido lugar, muitas vezes.

E por fim, quando meus sentimentos tornam-se insuportáveis, e não tenho controle sobre eles, peço a Deus que os remova do meu coração.
E nossa!! Como isso funciona!!

Muitos conseguem isso, a partir de alguma religião ou meditação. Outros já nascem com esse dom. Eu, por algum deslize no meu percurso, precisei aprender. E aprendi com a programação.

E só tenho a agradecer.
E só posso continuar voltando.
Porque comigo funciona!


Bora lá, indo pra uma reunião recarregar as baterias.

segunda-feira, 10 de março de 2014

Bla, Bla, Bla...

Palavras... Palavras... Palavras...

Mas o que são elas?
Quando se perdem no nada...
Quando indicam o sul e as ações, o norte.

Até onde é possível não reconhecer um paralelo entre o que se diz ... e o que se fala?

O quanto posso reconhecer de expectativa nisso?
Talvez cinqüenta por cento – ou talvez cem – ou talvez nada.

Não estou insana.
Só gostaria de fazer um mero reconhecimento e ter alguma certeza... o mínimo que fosse...
Ou tenho alguma? E não consigo encarar?

Não quero mais ouvir
Quero ver!
Sentir!
Vivenciar!

Será por isso que o silencio é tão valioso?
Porque é nele que se ouve, que se sente, que se observa...
Porque é nele que as entrelinhas percebidas, são sinceras.
Tem que ser.
E a partir disso, a ação seria tanto quanto...

Mas... o que fazer com os sinais... se são tão reais?

Ainda não consigo compreender essa minha blindagem...
que se cristaliza aqui, na linguagem.

Eu só preciso de sabedoria para distinguir a diferença...
E, talvez, rever minhas crenças...

E agora, só peço muita, mas muita paciência e muita serenidade...

Porque... só por hoje,  está muito difícil.

sábado, 1 de março de 2014

Ausência de expectativas, aceitação ou conformismo?


No incio desta semana o termo conformismo esbarrou no meu pensamento.
Daí fiquei pensando se seria algo negativo, e qual a a diferença entre aceitação e ausência de expectativas.

Já falei aqui no blog, diversas vezes, sobre o fato de que viver só por hoje e, um dia de cada vez, nao tendo expectativas, seria um dos ingredientes para se manter bem. Eu leio, falo sobre isso e concordo... mas não quer dizer que eu consiga sempre.

Em julho publiquei uma postagem sobre Aceitação (http://umpasso-decadavez.blogspot.com.br/2013/07/aceitacao.html) e lá eu digo que é diferente de aprovação, pois não se trata de concordar ou ser cúmplice. Aceitação, em doze passos,  é reconhecer que somos incapazes de modificar aquilo que está fora de nossa alçada e concluo que é uma condição de respeito (ao outro).

E por fim, conformismo de acordo com o dicionário, tem como sinônimo: acomodação, comodismo, resignação.

Então, se pensarmos superficialmente sobre estas três questões poderíamos pensar que se tratam da mesma coisa. Mas não é, né?

A linha entre elas é bem tênue.

Aqui, de acordo com o que pesquisei, a ausência de expectativa e a aceitação são atitudes positivas, enquanto o conformismo, de certa forma, é negativo.

O fato de não criar expectativas com o objetivo de evitar frustrações, assim como o fato de Aceitar o outro como ele é, nao significa que eu deva me conformar e me acomodar em alguma situação. 

Por isso, devo viver um dia de cada vez sem criar expectativas, devo amar e aceitar o outro como ele é, mas posso modificar a mim mesma, os meus sentimentos e até a minha jornada. 

E penso que uma demonstração disso pode ser traduzido em desapego, desligamento com amor.

E confesso, é muito, mas muito difícil.


sábado, 22 de fevereiro de 2014

Bingo!

Por nove meses tomei uma medicação reguladora do humor.
Melhorei meu sono, meu apetite... engordei, e consegui levar minhas atividades diárias normalmente.
Faz três semanas que parei. Não encontrava mais o meu médico e imaginei que estivesse bem.

Mas foi um engano.
Faz duas semanas que comecei a me sentir mal.
Começou com leve indisposição digestiva e dores de cabeça.
Depois evoluiu para tonturas, enjoos, problemas intestinais e muita sonolência.

No inicio, tentei justificar o mal-estar associando alguns fatores. Alguma coisa que comi? Algum “sapo” que engoli?
E me esforcei para ficar bem.
Esforcei-me para comer e manter o alimento no meu estomago.
E acreditando que pudesse ser alguma reação emocional à minha vida, ainda pedi a Deus que ordenasse minhas emoções.

Nada feito.
Só piorou.
As tonturas e o enjôo aumentaram. A sonolência associada à tontura praticamente me incapacitaram nos últimos dois dias.

E foi então que percebi o que estava ocorrendo.
Síndrome de abstinência.
Meu organismo estava sentindo falta da tal medicação reguladora do humor. E alem disso, trouxe de volta em maior intensidade os sintomas iniciais que me motivaram a iniciar o tratamento.

Retrocesso... Ainda tinha quatro comprimidos guardados... tomei um... e alguns sintomas já diminuíram, outros já desapareceram...

Avanço... Se ocorrer um “desequilíbrio bioquímico dos neurônios responsáveis pelo controle do estado de humor" e a tal medicação resolvei isso, devo admitir, preciso dela.

E lembrei-me da fala do “mestre” numa época da minha vida:
“Deus cuida do espírito e o homem do corpo”.

E nós, de nós mesmos!

Reconheço meu desequilíbrio bioquímico assim como admito minha impotência diante de tantas coisas...

Voltando a melhorar...



domingo, 9 de fevereiro de 2014

Aprendendo a Pedir...

Sentimento é algo que não conseguimos controlar.
E é tão ruim, quando sentimos algo que não queremos sentir.
Quando sentimos algo que nos faz mal.

É enlouquecedor.
Mas aprendi, com a programação, a pedir...
Ainda não aprendi totalmente, mas já consigo pedir a Deus...

Estou falando de uma experiência que, comigo, deu certo.

E não foi uma vez... foram várias...

Se o sentimento é negativo, ou mesmo positivo, mas que nos faz mal, não temos muita saída...

Lembro-me uma vez, que eu sentia muita vontade de colocar a mão no meu peito e arrancar aquilo que sentia...
E então me senti muito pequena... e me veio Deus no pensamento.
E foi então que me lembrei de “pedir”

- Deus, remova este sentimento do meu coração, porque sozinha eu não consigo.

E nesse momento, é a verdadeira consciência da impotência.

Porque, normalmente, achamos que somos fortes e temos todo o controle em nossas mãos.
Mas não é bem assim, e não é sempre assim.
Tem momentos que nos tornamos pequenos e fracos...
E nesses momentos, precisamos recorrer a “algo” .

No meu caso, aprendi com a programação, a pedir...

E pode parecer pouca coisa, mas para mim, aprender a pedir, é uma grande conquista.

Conquista que ainda preciso expandir em outras esferas da minha vida.


E é assim que funciona... um passo de cada vez...

sábado, 23 de novembro de 2013

O Olhar...

A expressão do rosto diz muito.
Mas é o olhar que diz tudo.

É como se pudéssemos enxergar a alma do outro...
Como se fosse possível materializar os sentimentos.

Os lábios podem sorrir, mas é o olhar que mostra se há alegria.

O desconforto de se conseguir enxergar esse olhar...
É perceber uma espécie de nuvem pairando

E mais desconfortável ainda, é saber que nada podemos fazer...

E o que fica é o vazio da impotência

Porque essa nebulosidade toda é muito pessoal.

E somente, cada um, deve descobrir a forma (ou a fórmula) de clarificar isso.

Alguns se mantêm por muito tempo nesse nevoeiro
Outros trocam o nevoeiro pela poeira.

Mas é cada um que sabe o seu tempo...
E nem sempre é o mesmo tempo que o nosso.

E mesmo querendo, não conseguimos ser Deus...
Pois somente cada um pode, com ajuda Dele, encontrar ou mudar o caminho.

E eu... na minha mais insignificância impotência humana, nada posso fazer...

Além de viver e deixar viver.

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Aceitação

Hoje, após algumas 24 horas de estudo dos 12 passos, reconheço imediatamente quando me deparo com alguém tentando me modificar. Não desenvolvo nenhum sentimento negativo, sinto apenas compaixão.

É impossível agradar a todos. Sempre terá alguém para te criticar. Por isso, se gostamos de ser quem somos o resto não importa.

A aceitação é uma prática muito difícil. E essa dificuldade é dos dois lados (aceitar ou ser aceita).

Nossa língua portuguesa é realmente bem complicada.
Se pesquisarmos no dicionário, um dos significados de aceitação é aprovação.
No contexto dos 12 passos, quando falamos em aceitação não estamos dizendo que aprovamos isto ou aquilo. Simplesmente, estamos nos colocando numa condição de impotentes diante daquilo que foge do nosso controle.
Aprovação é concordância e cumplicidade.
Aceitação é reconhecer que somos incapazes de modificar aquilo que está fora de nossa alçada.

Ter essa consciência é uma experiência de crescimento. Causa mudanças em nós mesmos, na forma como reagimos diante daquilo que não aprovamos. Causa mudanças em nossos sentimentos e a opinião do outro a respeito de nos mesmos e de nossas atitudes deixa de nos incomodar.

Aceitar as pessoas como elas são e não como quero que sejam, é um aprendizado difícil para muitos.
E isso não significa que tenhamos que aceitar um comportamento inadequado. Afinal, podemos escolher não nos relacionarmos com quem nos atinge de maneira nociva.
E se escolhemos nos relacionar, aceitar é respeitar o outro como ele é. E ser aceito, é ser respeitado como se é.

O resultado disso é viver a vida de maneira leve, um dia de cada vez, na paz e serenidade.


sábado, 18 de maio de 2013

Aplicando os passos em outras áreas


Se alguém duvida que o estudo de doze passos não se aplica a toda a vida de um modo geral... vou contar a minha aflição.

Primeiro Passo - devo admitir que sou impotente diante do crescimento de minha filha adolescente. Diante de suas rebeldias e crise típicas da idade.

Ela já saiu outras vezes, mas sempre em companhia de pessoas da família.
Hoje, pela primeira vez, ela saiu sozinha. Eu a deixei no shopping às 13:00hs. Foi encontrar-se com o namorado e iam ao cinema.

18:00hs – nenhuma noticia. Nenhum telefonema.
Sim, eu já estava à beira da loucura.

Segundo Passo – Preciso acreditar que um Poder superior a mim mesma, pode me devolver a minha sanidade.
(afinal, ela só está no shopping, com outro adolescente e eu não preciso enlouquecer por isso)

Mas como é difícil, essa mania de controlar, de querer ser Deus, de querer proteger sob qualquer circunstancia. Como se tivéssemos esse poder.

Espero até 18:30hs. Conto minuto a minuto. Se não me ligar, eu ligo.
Pronto. 18:30hs, ligo e nada. Decido então, ligar pro celular do namorado. Nada.

Terceiro Passo – Tomo a decisão de entregar a minha vontade e minha vida aos cuidados de Deus.

E faço a oração da serenidade.

Que mais posso fazer?
Preciso “entregar” a vida de minha filha aos cuidados Deus, pois Ele sabe o que faz e deve cuidar dela.
Eu posso fazer a minha parte, alguma coisa, mas não posso tudo.
E, nesse momento, devo pensar seriamente no lema: Viva e Deixe Viver.
Afinal, ela está nessa fase. Descobrindo a vida. E eu, não posso e não devo interferir de maneira negativa.
Devo acompanhar, orientar e acreditar.

É.
Como eu disse no post anterior – a caminhada só está começando... Sempre. Porque vivemos só por hoje.

E enquanto eu estava escrevendo esse post, ela me ligou. E está bem. Feliz.

Rsss... Só por Deus! Para nos tirar da aflição e nos ajudar a deixar que Ele tome conta.
Porque nós, não temos esse poder!
Graças a Deus!




domingo, 14 de abril de 2013

Desligamento


Como distanciar-se e desligar-se daquele que se ama?

Essa é uma das maiores dificuldades de uma mãe/pai, marido/mulher, irmão/Irma – na relação com uma pessoa vítima da adicção.

Desapego requer prática. Precisa-se apenas continuar tentando. É tudo o que se pode fazer.
Eu sei, é muito mais fácil dizer do que fazer!
Manter a distância emocional e não esperar nada, na maioria das vezes é simplesmente muito difícil.

Não se pode simplesmente ligar e desligar o corpo. É necessário ajustar com o tempo e a experiência.

O desapego não pode ser falsificado.
Isso acontece lentamente, à medida que se aprende mais e mais sobre como ser impotente diante de qualquer pessoa ou situação externa a nós mesmos.
Acontece quando se obtém maior serenidade em nossas próprias vidas.
Quando se reconhece que não estamos ligados simbioticamente a ninguém e a nada.
Trata-se de reconhecer o direito do outro de tomar suas próprias decisões, quer gostemos ou não.
O desapego se faz quando se compreende plenamente que nossas obsessões estão nos prejudicando.

Não se trata de não se importar. Trata-se apenas de ter consciência que não se pode controlar o que os outros fazem.
Pois Tentar mudar alguém é um exercício extremamente frustrante e exaustivo.
Com o desligamento aprendemos a cuidar de nós mesmos em primeiro lugar, assim podemos ter uma visão melhor sobre o que podemos e o que não podemos fazer.
Não é que nós não podemos fazer nada, é que tentar empurrar as coisas, não funciona.

É irônico, mas amar qualquer pessoa envolve permitir que esta pessoa cometa seus próprios erros e assuma a responsabilidade por eles. 
Se o outro decide por destruir-se, não podemos deixar que isso nos destrua. E eu sei, é difícil de assistir.
Isso não significa que nós aprovamos, significa apenas que nós entendemos que o outro pode não saber como fazer algo diferente do que está fazendo.

Cada um tem de trilhar seu próprio caminho.
Pisar no caminho do outro, tentar pegá-lo ou levá-lo no colo, é inútil para ambos.
O outro precisa experimentar a dor dos seus atos - assim como nós.
A questão é que não podemos ajudar alguém que não está pronto para ajudar a si mesmo.
E manter em mente os 3 C's é fundamental nessa prática - Eu não Causei, não posso Controlar e não posso Curar.
Perceber-se impotente sem sentir-se desamparado.

O programa doze Passos é uma programação individual para cada um de nós, e não para o outro.
O passo dois fala sobre acreditar que um poder maior do que eu possa restaurar-me à sanidade. Não a do outro, mas a minha.
Por isso, devemos colocar-nos, nós mesmos e o outro, aos cuidados de algo maior que todos nós.
Esses três primeiros passos mantém nossa sanidade.
E assim, aprendemos a lidar com a dificuldade e a cuidar de nossa própria vida.
E aprendemos que o outro tem o direito de fazer suas próprias escolhas. Porque é a sua decisão, não a nossa.
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E essas são apenas algumas idéias de como o desligamento acontece, em minha opinião.
E como diz nossa programação, pegue o que for importante, e deixe o resto.