Precisamos nos treinar a não nos sentirmos culpados. E também não culpar.
Somos muito humanos. Isso é tudo.
Quando alguém faz coisas que nos machucam, existe todo
um contexto. Não justifica. No entanto, nós só precisamos nos ocupar com a
forma com que recebemos essa dor. É tudo que nos compete.
O que está feito está feito. E se não podemos voltar a
viver tudo novamente para mudar isso, só podemos consertar as coisas dentro de
nós, coisas que realmente podem ser melhoradas para a nossa própria saúde e
bem-estar.
Todos nós passamos por experiências ruins.
Podemos nos sentir idiotas, podemos sentir raiva e
podemos chorar durante todo o dia...
Mas nada acontecerá que nos faça voltar no tempo.
Nós vivemos o aqui e agora e esse é o momento mais
importante para nossa reforma pessoal, para nos tornarmos melhores.
Para isso, é importante treinar e praticar sempre o
desapego.
Tentamos passar para o outro, as coisas boas da vida,
de acordo com nosso ponto de vista. Mas o outro tem e faz suas escolhas. E nós,
temos que respeitar e nos ocuparmos em construir a nossa própria segurança para
que o outro não nos roube a nossa serenidade.
Não é fácil, mas em vez de lutar contra o outro, temos
que tentar (re) construir a nossa própria vida.
Pois, a meu ver, é melhor viver intensamente o presente
olhando para frente do que lutar contra a história.
E assim vou seguindo. Tenho melhorado um pouco, mas o
processo é lento.
Sei que preciso ter paciência e entregar ao Poder
Superior.
A vida vai acontecendo... e é a forma como nós
respondemos a ela que importa.
Quando falo no meu Poder Superior, me refiro a Deus,
mas acredito que qualquer pessoa pode ter uma recuperação sem acreditar em
Deus, contanto que não pense e não tente controlar tudo.
Mas quer gostemos ou não, se precisamos de recuperação,
precisamos!
Só temos que aprender a aceitar a vida como ela é e não
como gostaríamos que tivesse sido, ou deveria ser.
Quando fazemos isso, ganhamos paz e serenidade e tomamos
as melhores decisões com base em princípios sólidos, compreensão, consciência e
compaixão.
E é com base nessa prática, um dia de cada vez, que
conseguimos perdoar e desligar-se da mágoa. Não necessariamente esquecer!