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sábado, 30 de novembro de 2013

O Tempo

Há dois anos, quando conheci a programação, iniciei este blog.
No início, era como se fosse um diário onde eu iria escrever minhas loucuras e experiências... Mas tornou-se mais que isso...
Aqui eu me encontro... Perco-me às vezes, mas sempre acabo me encontrando.

Ano passado postei ‘minha história... um ano’... e agora, já passou mais um.
São postagens independentes. Mas quem me conhece, ou me acompanha (de longe ou de perto), percebe a coerência e a evolução que mostro aqui.

Mas o importante mesmo é o que eu percebo.
Sei da evolução de minhas postagens... e o significado de cada uma delas para mim.

Uma vez eu postei (não aqui) que Deus nos dá a morte para mostrar o significado da vida.
Hoje, com estas poucas e tantas horas de experiência, eu entendo que Deus também permite que nos tornemos doentes para que encontremos o caminho saudável. E aqui... refiro-me a tanta... mas a tanta coisa...

Há dois anos eu não tinha um caminho, mas procurava por ele...
Há um ano eu já tinha alguns caminhos... só não tinha certeza de quais seguir.

Hoje, às vezes me perco nos meus caminhos... mas no meu tempo, eu os reencontro.
E continuo tendo vários caminhos e muitas incertezas de quais seguir...
Mas a diferença é que hoje não me preocupa o que está à frente... e me autorizo a tomar o tempo que eu precisar para fazer direito.
Eu posso ir e voltar. E também posso ficar.

O que importa mesmo é viver intensamente cada momento.
O dia de hoje.
É estar bem, independente se estou indo ou voltando.

E para finalizar, uso as palavras de Brahma Kumaris, que resume tudo o que não consigo dizer.

"Que você tenha o poder de valorizar o presente, porque este é o único tempo real que você pode dispor.
O passado é como um filme que já passou e não volta mais, mas que deixou uma impressão na sua memória.
O futuro é uma fantasia cujos acontecimentos poderão estar além da sua percepção.
Para terminar com as preocupações, torne seu presente tão valioso e real quanto possível.
Além disso, plante uma semente de fé e esperança no futuro para que o melhor aconteça, mas faça isso de forma despreocupada.
Fique desapegado daquilo que você gostaria de ver realizado. E tenha paciência!"

sábado, 23 de novembro de 2013

O Olhar...

A expressão do rosto diz muito.
Mas é o olhar que diz tudo.

É como se pudéssemos enxergar a alma do outro...
Como se fosse possível materializar os sentimentos.

Os lábios podem sorrir, mas é o olhar que mostra se há alegria.

O desconforto de se conseguir enxergar esse olhar...
É perceber uma espécie de nuvem pairando

E mais desconfortável ainda, é saber que nada podemos fazer...

E o que fica é o vazio da impotência

Porque essa nebulosidade toda é muito pessoal.

E somente, cada um, deve descobrir a forma (ou a fórmula) de clarificar isso.

Alguns se mantêm por muito tempo nesse nevoeiro
Outros trocam o nevoeiro pela poeira.

Mas é cada um que sabe o seu tempo...
E nem sempre é o mesmo tempo que o nosso.

E mesmo querendo, não conseguimos ser Deus...
Pois somente cada um pode, com ajuda Dele, encontrar ou mudar o caminho.

E eu... na minha mais insignificância impotência humana, nada posso fazer...

Além de viver e deixar viver.

sábado, 16 de novembro de 2013

Cura X Recuperação


Quando falamos de situações relacionadas à programação dos doze passos (adicção, alcoolismo, codependencia) sempre pensamos na cura ou na recuperação.

Mas o que ouvimos é que, nestas situações, não há cura, mas recuperação.
E em todas essas situações, as recaídas acontecem e, por isso, a recuperação é permanente.

Pesquisando os termos, encontrei para “cura” Recuperação da saúde; Solução para algo.
E para “recuperação’, Readquirir o perdido; Continuar depois de um intervalo.
in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt [consultado em 16-11-2013].

Nas definições acima, poderia supor que ambas se encaixam no que buscamos para essas situações.
A diferença, é que cura supõe solução, finalização. E este é o problema.
Nestas situações, não há esta finalização.
Em todas elas, estaremos buscando estar bem, um dia de cada vez.

Gostei muito da definição dada por Bernie S. Siegel, em “Paz, Amor e Cura”:
Ele faz a distinção entre recuperação e cura – “recuperado” é o estado que abrange a existência da pessoa; “curado” diz respeito apenas ao seu estado físico.

Mas não é só essa distinção que me agrada. Outras falas dele são de extrema importância:
“Os pacientes querem ser vistos como pessoas.”
“A vida da pessoa vem em primeiro lugar; a doença é apenas um aspecto dela.”
“A doença é mais do que apenas uma entidade clínica; é uma experiência e uma metáfora, com uma mensagem que precisa ser ouvida. Muitas vezes a mensagem nos mostra o caminho, e como nos desviamos dele...”

Por fim, todos que pertencem a uma programação de doze passos, sofrem de uma doença, não de um dilema moral. O problema é que estão criticamente doentes e não são desesperadamente maus.

Abaixo, o texto não é meu, mas acredito que pode ser aplicado a qualquer um de nós que praticamos os doze passos:


“Por que é que nos sentíamos sempre sozinhos, mesmo no meio de uma multidão?
Por que é que fizemos tantas coisas loucas e autodestrutivas?
Por que é que passávamos o tempo a sentir-nos mal conosco próprios?
E como é que as nossas vidas se tornaram tão complicadas?
Nós achávamos que éramos desesperadamente maus, ou talvez desesperadamente insanos.
Foi assim um grande alívio vermos que sofríamos de uma doença, que podia ser tratada. E quando tratamos a nossa doença, podemos começar a recuperar. Hoje, quando vemos sintomas da nossa doença a virem à superfície nas nossas vidas, não precisamos nos desesperar.
Afinal de contas temos uma doença tratável, e não um dilema moral.
Podemos estar gratos por podermos recuperar da doença através da aplicação dos Doze Passos. 

Só por hoje: Estou grato por ter uma doença tratável, e não um dilema moral. Vou continuar a aplicar o tratamento para a doença ao praticar o programa.”

domingo, 10 de novembro de 2013

Labirinto

To aqui só pra deixar um oi.

Sem idéias...
Sem pensamentos...
Sem sentimentos...

O que descreveria bem este meu momento seria “desencontrada”- como se eu não estivesse em mim mesma...
Não pensem que surtei.
Estou lúcida, com as minhas faculdades mentais em ordem.
Só estou desencontrada mesmo.

Uma frase que uma pessoa descreveu bem este meu momento – é “estar à deriva” – como se estivesse numa linha paralela da minha própria vida. E isso ficou claro quando me foi solicitado para me situar, numa linha em que a felicidade está numa ponta e a infelicidade na outra. Isso não é possível. Pois, apesar de não ser bom sentir-se assim, não reflete infelicidade. Porque nesse estado, sabemos muito bem o que nos falta ou o que está causando isso.

No desencontro de mim mesma não tem essa clareza.
Isso reflete inclusive na programação, que também tem me causado estranheza...
E como o objetivo deste blog é refletir o meu momento...
Eis como estou... indefinível...
E tenho pedido... Pedido muito... que isso passe logo.