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sábado, 27 de abril de 2019

Desabafo de um familiar


Já faz algum tempo que recebi esta mensagem. Trata-se de um desabafo de um familiar.


Mesmo na sobriedade, falta alguma honestidade no adicto.
Isso me faz pensar se não há algum "defeito" interno nele.
Quero dizer, ele está pensando em comemorar aniversário de sobriedade. No entanto, teve uma recaída e não foi limpo por um ano, apenas cerca de 4 meses.

Eu sei que é uma coisa pequena, mas é típico da desonestidade.
Ele não parece ser capaz de admitir sua impotência em relação aos medicamentos.
E continua a culpar os outros por suas recaídas.

Eu sei que é a sua recuperação, não a minha, e que ele terá que descobrir a necessidade de integridade por conta própria.
Eu sou grato por ele estar limpo e em casa. Mas nem sempre é fácil manter o foco em mim quando estou diante de tais afirmações enganosas terríveis.
Algo que eu tenho que aprender, eu acho.
Eu me pergunto se a mentira é tão arraigada que eles não sabem como ser honestos, mesmo em recuperação.
Como será que os outros lidam com a desonestidade inerente e incapacidade de confiar?

sábado, 31 de dezembro de 2016

Feliz 2017




Que neste novo ano tenhamos mais fé, mais amor e mais paciência.
Que saibamos distinguir o que podemos e o que não podemos modificar,
E que nossas ações ocorram, no tempo que ocorrer,
que recuar não seja um problema e, prosseguir, menos ainda.
Que possamos viver a nossa vida intensamente (do nosso jeito)
e possamos permitir o mesmo para os outros.
Que o passado e o futuro não interfiram no dia de hoje.
Que seja possível andarmos na direção de nossas conquistas,
identificando as coisas mais importantes nesse processo.
e, principalmente, reconhecendo nossa responsabilidade nisso tudo.
E que não falte, em cada momento, paz e serenidade em nossas vidas!
Feliz 2017!

sábado, 29 de março de 2014

Benefícios dos 12 passos

Há pouco tempo, eu me incomodaria com opinião X ou Y a respeito de qualquer coisa.
Hoje, me pego ouvindo ou “lendo” algo que me incomoda (tipo alguma opinião ou julgamento) e simplesmente reflito a respeito. Pego uma ruflles pra comer, vejo TV ou ouço uma canção e esqueço. E nem preciso mais contar até dez.

Fazer primeiro as primeiras coisas e viver um dia de cada vez, são lemas, que me ajudam a controlar a ansiedade, quando tenho inúmeras coisas para fazer.
Além disso, com essa prática, consigo estabelecer metas e cumprir uma de cada vez. Se alguma coisa ficou sem fazer, eu penso “não era prioridade” e ainda penso “só por hoje”, não deu pra fazer”.

A consciência da impotência adquirida com a aceitação de tudo que não posso modificar traz conforto e acalma a alma.

Quando me sinto bloqueada (por qualquer razão que seja), penso que posso dar um passo e ir seguindo com calma, porque o que importa é ir seja em qual ritmo for. E ainda lembro que devagar, se vai longe.

“Viver e deixar viver” refere-se a uma prática que me conscientiza de que cada um deve viver a sua vida.  Que cada um tem a sua opinião, sua forma e seu jeito. E que não existe certo ou errado. E eu preciso ter esse lema como um sininho no meu pensamento. Salvou-me de alguns desastres e coloca-me no meu devido lugar, muitas vezes.

E por fim, quando meus sentimentos tornam-se insuportáveis, e não tenho controle sobre eles, peço a Deus que os remova do meu coração.
E nossa!! Como isso funciona!!

Muitos conseguem isso, a partir de alguma religião ou meditação. Outros já nascem com esse dom. Eu, por algum deslize no meu percurso, precisei aprender. E aprendi com a programação.

E só tenho a agradecer.
E só posso continuar voltando.
Porque comigo funciona!


Bora lá, indo pra uma reunião recarregar as baterias.

sábado, 1 de março de 2014

Ausência de expectativas, aceitação ou conformismo?


No incio desta semana o termo conformismo esbarrou no meu pensamento.
Daí fiquei pensando se seria algo negativo, e qual a a diferença entre aceitação e ausência de expectativas.

Já falei aqui no blog, diversas vezes, sobre o fato de que viver só por hoje e, um dia de cada vez, nao tendo expectativas, seria um dos ingredientes para se manter bem. Eu leio, falo sobre isso e concordo... mas não quer dizer que eu consiga sempre.

Em julho publiquei uma postagem sobre Aceitação (http://umpasso-decadavez.blogspot.com.br/2013/07/aceitacao.html) e lá eu digo que é diferente de aprovação, pois não se trata de concordar ou ser cúmplice. Aceitação, em doze passos,  é reconhecer que somos incapazes de modificar aquilo que está fora de nossa alçada e concluo que é uma condição de respeito (ao outro).

E por fim, conformismo de acordo com o dicionário, tem como sinônimo: acomodação, comodismo, resignação.

Então, se pensarmos superficialmente sobre estas três questões poderíamos pensar que se tratam da mesma coisa. Mas não é, né?

A linha entre elas é bem tênue.

Aqui, de acordo com o que pesquisei, a ausência de expectativa e a aceitação são atitudes positivas, enquanto o conformismo, de certa forma, é negativo.

O fato de não criar expectativas com o objetivo de evitar frustrações, assim como o fato de Aceitar o outro como ele é, nao significa que eu deva me conformar e me acomodar em alguma situação. 

Por isso, devo viver um dia de cada vez sem criar expectativas, devo amar e aceitar o outro como ele é, mas posso modificar a mim mesma, os meus sentimentos e até a minha jornada. 

E penso que uma demonstração disso pode ser traduzido em desapego, desligamento com amor.

E confesso, é muito, mas muito difícil.


sábado, 23 de novembro de 2013

O Olhar...

A expressão do rosto diz muito.
Mas é o olhar que diz tudo.

É como se pudéssemos enxergar a alma do outro...
Como se fosse possível materializar os sentimentos.

Os lábios podem sorrir, mas é o olhar que mostra se há alegria.

O desconforto de se conseguir enxergar esse olhar...
É perceber uma espécie de nuvem pairando

E mais desconfortável ainda, é saber que nada podemos fazer...

E o que fica é o vazio da impotência

Porque essa nebulosidade toda é muito pessoal.

E somente, cada um, deve descobrir a forma (ou a fórmula) de clarificar isso.

Alguns se mantêm por muito tempo nesse nevoeiro
Outros trocam o nevoeiro pela poeira.

Mas é cada um que sabe o seu tempo...
E nem sempre é o mesmo tempo que o nosso.

E mesmo querendo, não conseguimos ser Deus...
Pois somente cada um pode, com ajuda Dele, encontrar ou mudar o caminho.

E eu... na minha mais insignificância impotência humana, nada posso fazer...

Além de viver e deixar viver.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Amor e Compaixão

Um tempo atrás ouvi sobre ‘amor’ e ‘compaixão’, e não consegui tirar essa partilha dos meus pensamentos.

Ouvi que tudo se resume nesses dois sentimentos para que a harmonia se complete.

Mas não é tão simples assim.

Para que o amor e a compaixão prevaleçam, é necessário se desprover de tantas outras coisas.
Às vezes, coisas do tipo como valores, crenças e costumes acabam prevalecendo em detrimento desses sentimentos.
E quando vamos nos dar conta, se e quando acontece, o momento já passou, as palavras já foram ditas e as decisões já foram tomadas.

Muitas vezes é irreversível. O que foi, foi.

Mas o sentimento é mutável. E o que fazemos como ele e com as lembranças depende de como estamos. E isso é bem legal.

Estar como estou hoje, tendo a capacidade de sentir, pensar e agir movida por esses sentimentos, me trás muita serenidade.

E não importa que 24 horas atrás eu não tenha feito isso.
O que importa é como estou sentido agora.

 E se antes eu já era capaz de viver baseado nesses sentimentos, hoje, com a consciência de separar valores e crenças pessoais, tudo fica melhor.

A sensação é de uma leveza sem fim...

Quero ser movida pelo amor...
E quando me deparar com situações que se esbarram em meus valores, quero ter o discernimento de separar e saber delimitar...
E que nesse caso, a compaixão prevaleça...



sexta-feira, 26 de julho de 2013

Par ou Impar

Quando penso em mim e em um Par, primeiramente me vem o sentido como um ser Ímpar.

Impar como único, singular, “que não tem igual”.

E na matemática, todo e qualquer número ímpar em sua soma, terá um resultado par.

Se em nossa essência somos únicos e na matemática toda soma de ímpares nós dá um resultado em pares, poderíamos concluir que é muito simples formarmos Pares.

Eis a questão – por que não é?

Somos, cada um de nós, ímpares, seres que pode tomar qualquer decisão, qualquer caminho a seguir, às vezes certo, outras vezes não. As personalidades são ímpares, cada um com seus hábitos, perspectivas e desejos. O que Deus colocou no homem é o que o torna assim, mas esse estranho ímpar é o que leva o homem a ser responsável por suas atitudes, ser individual.

Será que no egocentrismo de nossa singularidade, não nos damos conta da soma com outra singularidade que resultaria em um par?

Ou será que estamos querendo sempre mais?...

O fato, é que os pares humanos não são da mesma simplicidade que os pares matemáticos.

E que se temos 1 + 1 = 2, o mesmo não se aplica a [um ser + um ser = um par]. Pois em nossa individualidade, [um ser + um ser = dois seres] que deveria ser um par, mas não necessariamente o é. Porque cada ser continuará tendo a sua singularidade e isso, talvez seja o mais complexo de se compreender.

Então... falar de relações humanas, não é tão simples ou lógico como falar de matemática.
Somos humanos e somos impares, e por isso, complexos.
E uma das formas de minimizarmos essa complexidade toda seria nos atentarmos a essência do amor (em sua forma mais sublime)

E uma das maneiras que vejo nessa prática é o fato de ter aprendido a respeitar o meu próprio espaço sem invadir o espaço do outro.

E se consigo amar, e deixar ir, consigo manter a minha unicidade e a do outro.
Consigo amar de forma impar, mesmo sem formar o par.

sábado, 20 de julho de 2013

Segunda chance

Em algumas situações eu pensava que se tivéssemos uma segunda chance tudo seria diferente.
Mas já passei por situações em que não tive a segunda chance e sobrevivi.
Também passei por situações em que tive e dei a segunda, a terceira, a quarta chance... e nada mudou com relação a “primeira chance”.

O fato é justamente esse. A vida continua. O tempo corre. E vivemos o que temos de viver no momento em que vivemos.
Essa coisa de segunda chance... é como se pudéssemos tentar consertar algo que não deu certo, ou como se quiséssemos voltar atrás para fazer algo que poderíamos ter feito (ou não fazer algo que não deveríamos ter feito).

E penso que a vida, talvez, seja como o rio. Corre sem parar. Posso nadar e tentar recuperar aquilo que passou ou posso deixar ir.
Isso é o momento passando na nossa frente.
Segunda chance teria o significado de eu deixar passar... e ficar torcendo para que o mesmo objeto passe novamente pelo rio, porque decidi então, pegar da próxima vez.

Acredito que as segundas chances acontecem sim em nossas vidas. Mas como forma de acasos e, de certa forma, acaba sendo um momento novo, mesmo que pareça um retrocesso de segunda chance.

E não lembro em minha vida, nenhuma “segunda chance” que eu tenha dado a alguma situação ou a mim mesma que tenha funcionado.

E se o rio passa rápido, eu preciso ser rápida na decisão de pegar ou não o objeto.
Se eu pegar, posso não gostar e soltar no rio novamente.
Se eu não pegar, nunca saberei se perdi a chance.

E nessa analogia com a vida, entendo agora, que devo ser rápida nas minhas decisões. Dar o passo inicial para conhecer o que quero conhecer. Se não for bom, solto e continuo. Se for bom, aproveitei minha chance.

Se decidir deixar ir... já foi. E não voltará mais. Se voltar não será a mesma coisa. Posso ter a ilusão de que pareça ser, mas não será.


Por isso, o dia de hoje, e exatamente este momento, é o mais importante de minha vida.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Perdoar... Esquecer?

Precisamos nos treinar a não nos sentirmos culpados. E também não culpar.
Somos muito humanos. Isso é tudo.

Quando alguém faz coisas que nos machucam, existe todo um contexto. Não justifica. No entanto, nós só precisamos nos ocupar com a forma com que recebemos essa dor. É tudo que nos compete.

O que está feito está feito. E se não podemos voltar a viver tudo novamente para mudar isso, só podemos consertar as coisas dentro de nós, coisas que realmente podem ser melhoradas para a nossa própria saúde e bem-estar.

Todos nós passamos por experiências ruins.
Podemos nos sentir idiotas, podemos sentir raiva e podemos chorar durante todo o dia...
Mas nada acontecerá que nos faça voltar no tempo.

Nós vivemos o aqui e agora e esse é o momento mais importante para nossa reforma pessoal, para nos tornarmos melhores.
Para isso, é importante treinar e praticar sempre o desapego.

Tentamos passar para o outro, as coisas boas da vida, de acordo com nosso ponto de vista. Mas o outro tem e faz suas escolhas. E nós, temos que respeitar e nos ocuparmos em construir a nossa própria segurança para que o outro não nos roube a nossa serenidade.

Não é fácil, mas em vez de lutar contra o outro, temos que tentar (re) construir a nossa própria vida.
Pois, a meu ver, é melhor viver intensamente o presente olhando para frente do que lutar contra a história.

E assim vou seguindo. Tenho melhorado um pouco, mas o processo é lento.
Sei que preciso ter paciência e entregar ao Poder Superior.

A vida vai acontecendo... e é a forma como nós respondemos a ela que importa.
Quando falo no meu Poder Superior, me refiro a Deus, mas acredito que qualquer pessoa pode ter uma recuperação sem acreditar em Deus, contanto que não pense e não tente controlar tudo.

Mas quer gostemos ou não, se precisamos de recuperação, precisamos!
Só temos que aprender a aceitar a vida como ela é e não como gostaríamos que tivesse sido, ou deveria ser.
Quando fazemos isso, ganhamos paz e serenidade e tomamos as melhores decisões com base em princípios sólidos, compreensão, consciência e compaixão.


E é com base nessa prática, um dia de cada vez, que conseguimos perdoar e desligar-se da mágoa. Não necessariamente esquecer!

sábado, 18 de maio de 2013

Aplicando os passos em outras áreas


Se alguém duvida que o estudo de doze passos não se aplica a toda a vida de um modo geral... vou contar a minha aflição.

Primeiro Passo - devo admitir que sou impotente diante do crescimento de minha filha adolescente. Diante de suas rebeldias e crise típicas da idade.

Ela já saiu outras vezes, mas sempre em companhia de pessoas da família.
Hoje, pela primeira vez, ela saiu sozinha. Eu a deixei no shopping às 13:00hs. Foi encontrar-se com o namorado e iam ao cinema.

18:00hs – nenhuma noticia. Nenhum telefonema.
Sim, eu já estava à beira da loucura.

Segundo Passo – Preciso acreditar que um Poder superior a mim mesma, pode me devolver a minha sanidade.
(afinal, ela só está no shopping, com outro adolescente e eu não preciso enlouquecer por isso)

Mas como é difícil, essa mania de controlar, de querer ser Deus, de querer proteger sob qualquer circunstancia. Como se tivéssemos esse poder.

Espero até 18:30hs. Conto minuto a minuto. Se não me ligar, eu ligo.
Pronto. 18:30hs, ligo e nada. Decido então, ligar pro celular do namorado. Nada.

Terceiro Passo – Tomo a decisão de entregar a minha vontade e minha vida aos cuidados de Deus.

E faço a oração da serenidade.

Que mais posso fazer?
Preciso “entregar” a vida de minha filha aos cuidados Deus, pois Ele sabe o que faz e deve cuidar dela.
Eu posso fazer a minha parte, alguma coisa, mas não posso tudo.
E, nesse momento, devo pensar seriamente no lema: Viva e Deixe Viver.
Afinal, ela está nessa fase. Descobrindo a vida. E eu, não posso e não devo interferir de maneira negativa.
Devo acompanhar, orientar e acreditar.

É.
Como eu disse no post anterior – a caminhada só está começando... Sempre. Porque vivemos só por hoje.

E enquanto eu estava escrevendo esse post, ela me ligou. E está bem. Feliz.

Rsss... Só por Deus! Para nos tirar da aflição e nos ajudar a deixar que Ele tome conta.
Porque nós, não temos esse poder!
Graças a Deus!




domingo, 14 de abril de 2013

Desligamento


Como distanciar-se e desligar-se daquele que se ama?

Essa é uma das maiores dificuldades de uma mãe/pai, marido/mulher, irmão/Irma – na relação com uma pessoa vítima da adicção.

Desapego requer prática. Precisa-se apenas continuar tentando. É tudo o que se pode fazer.
Eu sei, é muito mais fácil dizer do que fazer!
Manter a distância emocional e não esperar nada, na maioria das vezes é simplesmente muito difícil.

Não se pode simplesmente ligar e desligar o corpo. É necessário ajustar com o tempo e a experiência.

O desapego não pode ser falsificado.
Isso acontece lentamente, à medida que se aprende mais e mais sobre como ser impotente diante de qualquer pessoa ou situação externa a nós mesmos.
Acontece quando se obtém maior serenidade em nossas próprias vidas.
Quando se reconhece que não estamos ligados simbioticamente a ninguém e a nada.
Trata-se de reconhecer o direito do outro de tomar suas próprias decisões, quer gostemos ou não.
O desapego se faz quando se compreende plenamente que nossas obsessões estão nos prejudicando.

Não se trata de não se importar. Trata-se apenas de ter consciência que não se pode controlar o que os outros fazem.
Pois Tentar mudar alguém é um exercício extremamente frustrante e exaustivo.
Com o desligamento aprendemos a cuidar de nós mesmos em primeiro lugar, assim podemos ter uma visão melhor sobre o que podemos e o que não podemos fazer.
Não é que nós não podemos fazer nada, é que tentar empurrar as coisas, não funciona.

É irônico, mas amar qualquer pessoa envolve permitir que esta pessoa cometa seus próprios erros e assuma a responsabilidade por eles. 
Se o outro decide por destruir-se, não podemos deixar que isso nos destrua. E eu sei, é difícil de assistir.
Isso não significa que nós aprovamos, significa apenas que nós entendemos que o outro pode não saber como fazer algo diferente do que está fazendo.

Cada um tem de trilhar seu próprio caminho.
Pisar no caminho do outro, tentar pegá-lo ou levá-lo no colo, é inútil para ambos.
O outro precisa experimentar a dor dos seus atos - assim como nós.
A questão é que não podemos ajudar alguém que não está pronto para ajudar a si mesmo.
E manter em mente os 3 C's é fundamental nessa prática - Eu não Causei, não posso Controlar e não posso Curar.
Perceber-se impotente sem sentir-se desamparado.

O programa doze Passos é uma programação individual para cada um de nós, e não para o outro.
O passo dois fala sobre acreditar que um poder maior do que eu possa restaurar-me à sanidade. Não a do outro, mas a minha.
Por isso, devemos colocar-nos, nós mesmos e o outro, aos cuidados de algo maior que todos nós.
Esses três primeiros passos mantém nossa sanidade.
E assim, aprendemos a lidar com a dificuldade e a cuidar de nossa própria vida.
E aprendemos que o outro tem o direito de fazer suas próprias escolhas. Porque é a sua decisão, não a nossa.
.
E essas são apenas algumas idéias de como o desligamento acontece, em minha opinião.
E como diz nossa programação, pegue o que for importante, e deixe o resto.

terça-feira, 9 de abril de 2013

E por que não?


Por que continuar indo em um lugar onde aprendo e reaprendo a cuidar de mim mesma?
Onde reforço minha serenidade e aumento minha espiritualidade?

Sim. Inicialmente existe um motivo para se procurar um grupo de doze passos. E acreditava realmente que estava indo por esse motivo.
Mas ao longo da jornada, após algumas tantas horas de freqüência, de leitura, de compartilhamentos recíprocos, passei a perceber que o motivo que me levou ao grupo era só um detalhe, digamos, um fator desencadeante. Porque depois de vivenciar a programação, e perceber em mim mesma, mudanças positivas, um aumento de auto-percepção e uma relação direta com um poder superior que me tranquiliza  descobri que eu estava ali por mim, apenas por mim. Por isso, independente do motivo existir ou não, continuo frequentando, estudando e vivenciando a programação.

Na verdade, o que aprendi são coisas muito simples, que por alguma razão no percurso de minha vida, eu perdi ou despercebi.

São formas de viver a vida valorizando plenamente o momento presente de maneira simples.

Penso que a programação dos doze passos deveria fazer parte da grade curricular desde a primeira infância.
Que as famílias (pais e mães) pudessem ter acesso, independente de terem um motivo, pois só traria mais harmonia nos relacionamentos e paz de espírito individual para quem pratica, independente do que se acredita, pois a programação não é um programa religioso, mas espiritual.

Também poderia ser praticada em todas as esferas da vida, seja na vida pessoal, social, profissional.
·        Porque visa, simplesmente, orientar o individuo a cuidar de si mesmo e respeitar o outro como ele é.
·        Porque nos conscientiza da importância de “ouvir, pensar, analisar, avaliar, aprender e fazer escolhas de nossa responsabilidade.”
·        Ensina-nos a viver o dia de hoje libertando-nos do sofrimento do passado e da ansiedade do futuro.
·        “Sugere disciplina, ordem e organização no nosso dia a dia.”

Enfim... é infinita a lista dos motivos que tenho para continuar voltando. São coisas simples, que por alguma razão perdi ou não percebi ao longo de minha vida.

E continuar voltando é importante até o ponto em que continuar me fazendo bem!

E com a programação, Aprendi
·        que somente eu, posso saber o que me faz bem.
·        Que eu posso pedir orientação ao meu poder superior, quando me sentir perdida.
·        Que somente eu, tenho a responsabilidade de fazer as minhas escolhas e responder por elas.
E aqui, esta lista também é infinita.

Por isso, continuo voltando.
Porque escuto e aprendo.
Porque me oriento a manter minha mente aberta.
Porque me lembro de manter-me simples e que devo Pensar, sempre.
Porque vejo que primeiro, devo fazer as primeiras coisas.
E que qualquer coisa que eu queira, que comece por mim.
Que devo viver o dia de hoje plenamente.
Que devo ir com calma e viver um dia de cada vez.
Que devo viver a minha vida, e permitir que cada um do meu circulo possa viver a sua da maneira que escolheu.

Por isso continuo voltando. E por que não?


quarta-feira, 27 de março de 2013

O Príncipe e o Sapo


Ouvi uma história que me impressionou, e fiquei dias pensando nela.
Resolvi editá-la em forma de parábola, usando os nomes fictícios João e Maria, em respeito à tradição do anonimato.

Maria contou...

... Que alguns anos atrás, conhecera um homem. Ele era simples e comum, pois no primeiro momento, nada de especial podia ser visto nele. Aos poucos, no dia-a-dia da convivência passou a vê-lo como um príncipe que, em tudo, se mostrava nobre e belo.

Depois de algum tempo, Maria percebeu um fato estranho: - João simplesmente desaparecia de vez em quando. E mais algum tempo depois, soube o motivo: - Ele era adicto. E o seu desaparecimento indicava que tivera uma recaída no uso.

Maria conta que, nesse início, não entendia muito bem o que era a adicção. Mas percebia inconscientemente que João, de príncipe, transformava-se em sapo.

Quando voltava, após seus desaparecimentos, João ainda apresentava traços de sapo. A transformação acontecia lentamente e, aos poucos, o príncipe estava lá de volta, inteiro e lindo.

Mas essa transformação acontecia também no sentido contrário.. O príncipe, de repente, mostrava sinais que indicavam que logo, muito logo, ele se tornaria um sapo novamente.
E isso aconteceu por alguns anos. Ora príncipe, ora sapo.
Maria odiava o sapo. Amava o príncipe. E ambos residiam na mesma pessoa.

Seu desejo era ter João como príncipe eternamente ao seu lado. Mas isto, não dependia dela, pois a decisão de se transformar (ou não) em sapo, cabia somente a ele.

O seu príncipe estava nos sonhos, no passado, no desejo. E o que se manifestava, cada vez mais freqüentemente, era o sapo, feio, incomunicável, irracional.

A transformação acontecia de forma progressiva, lenta e determinante.

Um dia qualquer João desapareceu. Maria sabia que era, mais uma vez, o sapo prevalecendo. O que ela não sabia é que aquela transformação seria a última.

Ele voltou sim. Mas voltou sapo. Não apresentava mais, nenhum indício de que o príncipe pudesse estar ali.
João voltara, somente para mostrar, que o príncipe tinha ficado no pântano.

Maria então abriu a porta e deixou o sapo partir.
Ela sabia que o príncipe estava lá e que estava indo junto.
Mas essa decisão, de ser príncipe ou sapo, de ficar ou ir, era só dele!!


Não vou comentar muito. Existem muitas reflexões a serem tiradas dessa história. 
Para mim, entre outras tão importantes quanto, fica:
o lema: Viva e deixe viver , 
o primeiro passo: Admitir-se impotente 
e uma reflexão sobre “desapego” 

Beijos e um feriado cheio de chocolates!! Feliz Páscoa!!

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Carta aberta para um adolescente - II

Em 17 de dezembro de 1986 - as 16:55hs 
Eu só tinha 19 anos.
E escrevi essa carta para o mesmo adolescente referido no outro post.
Eu ainda não sabia de seu envolvimento com drogas... tive certeza um mês depois.
Mas algo me incomodava. 
E eu por amá-lo, queria arrancar esse incomodo (que era meu). 
Hoje sei que isso se traduz em:

  • "querer modificar o outro", 
  • "não deixar o outro fazer suas escolhas".


Eis...
Especialmente para um amigo...

Nada lhe importa?
Qual o significado desse sorriso
onde não há alegria? 
_ só frieza
O que diz esse olhar cheio de mistérios
_ onde só vejo tristeza.

Quero ser sua amiga
Por que me proíbe?
Mantém-se o tempo todo
num mundo indiferente, distante
Levanta muralhas ao seu redor
impedindo a minha passagem

Queria eu, quebrar essa muralha
para chegar até você
Queria eu, mostrar-lhe 
que, no fundo das coisas más encontra-se algo de bom
Queria eu, mostrar-lhe 
que no mais triste dos sorrisos encontra-se um fundo de alegria
e que, por mais só que você pense estar
alguém te observa bem próximo
Alguém que te Adora!!


Era assim que eu o via - triste - isolado - solitário  
e eu queria, de toda forma, tirar isso dele. 
Todo o meu amor. 
Todo o meu carinho.
E toda a minha preocupação. 
Nada disso resolveu.
Ele não me ouviu.
Não se modificou.
E continuou, cada vez mais, mergulhado no sub mundo das drogas.
e, por isso, veio a falecer em 1995 - com 20 e poucos anos.
Nessa época, eu já tinha desistido dele.
Soube de sua morte distante.
Sofri de longe.

Cada um de nós temos o poder e o livre arbítrio de fazer nossas próprias escolhas e seguir nossos caminhos.
O fato de amarmos alguém, não nos dá o direito de querer modificá-lo.
Ele, fez a escolha dele. Não está mais, entre nós.
Eu, fiz a minha. E fiquei distante dele.

Hoje... só tenho a recordação de como ele era bom.
E continuo não compreendendo o que faz uma pessoa fazer uma escolha dessa natureza.

Hoje eu sei "que só posso modificar a mim mesma. Aos outros, eu só posso amar."









terça-feira, 13 de novembro de 2012

Uma notinha...





Sei que minhas ultimas postagens andam um tanto quanto confusas...
Quase não recebo comentários aqui no blog... mas alguns de meus amigos tem me procurado para saber se estou bem...

Estou sim...  - é o que respondo...  – e me sinto cada vez melhor.

O fato é que tenho colocado em palavras aquilo que penso e aquilo que sinto...
E vamos combinar? Tentar explicar sentimentos e pensamentos não é uma tarefa fácil.

Mas eu tento... o pensamento vem, misturado ao sentimento e eu vou escrevendo... sem me preocupar com o conteúdo... simplesmente deixo tudo sair de mim, através da escrita.

Pareço delirar de vez em quando... eu sei disso!
As vezes, nem eu me compreendo quando releio minhas postagens...

Mas se Salvador Dali já disse...

“Nem eu entendo o significado dos meus quadros, mas isto não quer dizer que eles não tenham significado”

É exatamente assim que acontece com meus pensamentos e sentimentos... as vezes, também não os entendo, mas escrevendo, estou tentando... e eles devem ter um significado por mais confusos que pareçam.

E funciona!!

Quanto mais externalizo essa confusão toda... mais as coisas vão ficando claras.
E isso, me faz bem!

Desculpem-me se estou confundindo vossas cabeças... eu só estou tentando “desconfundir” a minha...

Iniciar a prática dos 12  passos é uma tarefa que, as vezes, parece que vai nos enlouquecer... mas isso é bom... porque significa que alguma coisa está acontecendo dentro de nós mesmos.

Os lemas então, são terríveis. Ao mesmo tempo que são maravilhosos... se conseguirmos alcança-los em sua essência...

Imagine só - Viva e Deixe Viver – Significa que tenho que me preocupar com minha própria vida e deixar que os outros se ocupem com a deles. E não é no sentido popular da fofoca. É no sentido de desapego. Deixar o outro seguir seu próprio rumo. Se estivermos falando de quem gostamos, é enlouquecedor... mas não é impossível.

Outro dia, com mais calma, vou colocar minhas experiências, sentimentos e pensamentos sobre como estou lidando com essa prática dos 12 passos e com os lemas.

Prometo tentar não delirar... prometo tentar... mas não posso garantir!!!

Até!!