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sábado, 18 de maio de 2013

Aplicando os passos em outras áreas


Se alguém duvida que o estudo de doze passos não se aplica a toda a vida de um modo geral... vou contar a minha aflição.

Primeiro Passo - devo admitir que sou impotente diante do crescimento de minha filha adolescente. Diante de suas rebeldias e crise típicas da idade.

Ela já saiu outras vezes, mas sempre em companhia de pessoas da família.
Hoje, pela primeira vez, ela saiu sozinha. Eu a deixei no shopping às 13:00hs. Foi encontrar-se com o namorado e iam ao cinema.

18:00hs – nenhuma noticia. Nenhum telefonema.
Sim, eu já estava à beira da loucura.

Segundo Passo – Preciso acreditar que um Poder superior a mim mesma, pode me devolver a minha sanidade.
(afinal, ela só está no shopping, com outro adolescente e eu não preciso enlouquecer por isso)

Mas como é difícil, essa mania de controlar, de querer ser Deus, de querer proteger sob qualquer circunstancia. Como se tivéssemos esse poder.

Espero até 18:30hs. Conto minuto a minuto. Se não me ligar, eu ligo.
Pronto. 18:30hs, ligo e nada. Decido então, ligar pro celular do namorado. Nada.

Terceiro Passo – Tomo a decisão de entregar a minha vontade e minha vida aos cuidados de Deus.

E faço a oração da serenidade.

Que mais posso fazer?
Preciso “entregar” a vida de minha filha aos cuidados Deus, pois Ele sabe o que faz e deve cuidar dela.
Eu posso fazer a minha parte, alguma coisa, mas não posso tudo.
E, nesse momento, devo pensar seriamente no lema: Viva e Deixe Viver.
Afinal, ela está nessa fase. Descobrindo a vida. E eu, não posso e não devo interferir de maneira negativa.
Devo acompanhar, orientar e acreditar.

É.
Como eu disse no post anterior – a caminhada só está começando... Sempre. Porque vivemos só por hoje.

E enquanto eu estava escrevendo esse post, ela me ligou. E está bem. Feliz.

Rsss... Só por Deus! Para nos tirar da aflição e nos ajudar a deixar que Ele tome conta.
Porque nós, não temos esse poder!
Graças a Deus!




sexta-feira, 17 de maio de 2013

Processando a caminhada

 Antes de dar o primeiro passo, eu me sentia só e confusa, e pensei em buscar ajuda.


Foi quando conheci o nar-anon. 
Nessa época, eu acreditava que já tinha uma longa historia de vida e passado por todas as descobertas que eu poderia ter. 


Com o tempo, percebi que ainda tinha muitas descobertas por vir, e que de fato, elas são intermináveis.

Ouvia falar em desapego, e racionalmente entendia muito bem.
Mas precisei passar por algumas tempestades e sair inteira delas, para começar a entender de fato, o seu significado.

E esse significado pode ser explicado de diversas formas, mas o que importa mesmo é a interiorização pessoal, é o entendimento com a alma.

Nesse processo, segui procurando a mim mesma e um novo caminho, passei por muitas dúvidas, incertezas e inseguranças... o Será era constante! E não digo que ainda não seja...

Quando me deparei com minhas imperfeições, troquei minhas frustrações pelo alivio de me descobrir humana.

Pirei algumas vezes, nesse processo. Até precisei escrever uma notinha de esclarecimento.
Escrevi e escrevo para mim mesma. Como sempre digo, é a forma que encontro para me organizar em pensamentos e sentimentos. E como funciona!

Eu acreditava que aprender pelo amor é uma bênção, e que pela dor seria uma punição. Hoje vejo que não importa a forma de aprender. Seja pelo amor ou pela dor. O que importa mesmo é aprender!

E me expus nesse processo todo. Uma exposição que só aconteceu até onde eu quis, até onde eu decidi e permiti. Nada, além disso!

Porque quando tive as confirmações, ao logo de minha vida, de que Nada é por acaso, só consegui ficar bem.

E só por hoje, continuo seguindo em frente.

Olhar para trás, só para conferir o que não quero fazer de novo, ou para resgatar lembranças boas.

Sim! Todo dia é um dia. Cada dia é um dia. Por isso, é sempre tudo novo de novo!

E é esse novo que me faz viver um dia de cada vez, com a paz e serenidade que só consigo com ajuda. Do grupo, do meu Poder superior e de minha própria vontade.

Só tenho a agradecer, por eu estar bem, tranquila e serena!
Pois nesse processo todo, sei que a caminhada só está começando...
Mas eu só preciso me preocupar com o dia de hoje. 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Saindo do jogo



Um tempo atrás fiz o desligamento. Pelo menos pensei que estivesse fazendo. Nessa época ainda muito crua no estudo dos doze passos, fiz errado.

Embora tenha publicado tantos posts a respeito de desligamento, ainda estou longe de praticá-lo na integra como deveria.

Distanciar-se fisicamente não significa desligar-se.
Alem disso, não o fiz no formato de “entregar”

Já se passou algum tempo. E hoje tenho esta consciência que ainda não sei praticar o desligamento.
Pois, teorizar é diferente de praticar.

E até agora, o que tenho feito, é teorizar.
Não que eu não tente. Não que eu não peça ajuda. É que de fato, é muito difícil.

Em razão desse desligamento mal feito, o jogo continuava.
E o jogo, quando não anda pro gol, cansa.
Quando não tem pareamento, perde o sentido.
Quando não se define o que se está competindo, o melhor mesmo é retirar-se de campo.

Por essa razão decido sair do jogo.
Não se trata de uma desistência.
É apenas um apito de encerramento.
Normal quando o jogo não dá mais e não visa nada.

De certa forma, o apito de encerramento me traz um alivio momentâneo.
Acredito que este alivio transborda para a platéia, para os torcedores (contra ou a favor).
Porque, quem gosta de assistir um jogo, em que a bola fica passando de um pé para o outro... sem ir para qualquer outro lugar?
Todos querem dar um grito de gol.
É frustrante o sufoco do grito de gol, quando a bola bate na trave...
Mas, mais frustrante ainda... é quando essa bola, nem chega na direção da trave.

Às vezes, um jogador se retira e o outro continua jogando.
Mas uma hora, perceberá que não tem graça jogar sozinho...
E então, o jogo estará definitivamente encerrado.

Por ora, só tenho a certeza que eu apito o fim do jogo e saio dele.
Somente assim, posso me ocupar de pensar em novas partidas e novas vitórias e, finalmente, pensar em jogar na direção do gol!


quinta-feira, 2 de maio de 2013

"Alta"


Um tempo atrás me perguntaram se, algum dia, eu pretendo me dar “alta” do grupo nar-anon.

A pergunta por si só, não é motivo de incomodo algum. O que incomoda em algumas perguntas ou colocações é o contexto em que ela é inserida ou o tom que é utilizado.

De fato, fiquei incomodada com essa pergunta. E num primeiro momento só consegui me lembrar de pessoas que frequentavam o grupo há muito tempo e o quanto eu os admirava com relação ao seu equilíbrio e serenidade. E minha resposta foi em cima disso, além de lembrar que trabalhar com projeção de futuro não é minha praia. Por isso, também, não poderia responder perguntas com base numa possibilidade futura (se) alem de lembrar-me que o grupo me faz bem e que, só por hoje, continuo voltando.

Daquele dia em diante, sempre que estava no grupo, ficava pensando nessa pergunta e se, algum dia, eu me daria alta.

Hoje estou mais tranquila com relação a isso.

Estar no grupo me faz bem. É um meio de me conectar comigo mesma e recarregar minhas baterias,
Alem do que, fiquei pensando no conceito de “alta” e pesquisei sua definição. No dicionário online uma das definições é Permissão para o doente sair do hospital.”

Considerando essa definição, minha resposta é muito simples:
Não, eu não pretendo algum dia, me dar alta.
Porque vou ao grupo em busca de me tornar uma pessoa cada vez melhor.
Dar-me alta, significaria que cheguei num ponto máximo e final disso.
E nesse processo, é humanamente impossível esse alcance. Afinal somos seres em evolução. Aprendemos todos os dias. Temos recaídas que nos ensinam e nos fortalecem para uma nova recuperação e um novo caminho.
Trata-se de crescer. E isso é continuo constante, infinito.

Fico feliz por ter essa consciência e esse caminho.
Só por hoje continuo voltando e seguindo a programação,
Um dia de cada vez.