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segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Um passo de cada vez: Retrospectiva 2012

"Hoje é o fim do velho e o inicio do novo. Olho com esperança para o novo, acreditando na recuperação e crescimento.
Agradeço ao meu Poder Superior por mostrar-me o caminho.
Hoje, estou exatamente onde deveria estar."
CEF - 31 de dezembro - Reflexão para hoje

sábado, 29 de dezembro de 2012

Retrospectiva 2012




E acaba mais um ano...
Foi rápido e intenso.
E foi um ano diferente, não sei precisar ao certo em que...

Só sei dizer que algo de muito significativo aconteceu em minha vida.

Como uma cratera no chão – é algo bem notório e bem profundo

Foram ganhos e alegrias
Perdas e tristezas

Um pedaço de mim se quebrou
Algo novo nasceu (ou renasceu?)

Meu olhar é o mesmo
A direção e o alcance é que mudou

Voltei a ser quem eu era?
Ou simplesmente mudei...

Talvez eu possa resumir, simplesmente, em crescimento...
E como já dizia meus professores nos primeiros anos de faculdade...
Crescer dói!!
E como dói!!

Não me lembrava de ter sofrido esse processo nos últimos dez anos...
Foi realmente algo de muito diferente...
Sinto-me diferente.

No início, era uma forma de loucura... como seu eu tivesse me perdido de mim mesma.
Depois entrei em algo parecido com letargia... 
como se estivesse me anestesiando de tudo.

Aos poucos, a anestesia foi passando... e as emoções voltando...

E nesse processo, em que as emoções e sentimentos são parecidos com a maré... 
que vai e vêm..., ora sentia dor, ora sentia amor...

A angustia e alívio se revezavam num plantão muito bem organizado.

A paciência e a ansiedade não chegavam num acordo... uma luta interminável.

E eu? No meio disso tudo.

Tentei falar de Sentimentos, como uma forma de tentar organizá-los e entende-los...

Expus em Tempestades... a ressaca das perdas.

E assim que me descobri imperfeita... falei do Ser Humana 
– como uma forma de me perdoar a mim mesma.

Em Será.... tive uma espécie de surto psicótico... mas foi leve... 
e consegui voltar a mim mesma, muito rápido!!

Entendi a importância da Serenidade em minha vida, 
quando escrevi o Primeiro Passo e a Impotência.

Admiti e aceitei minha vida como ela é, escrevendo Minha história... um ano.

Em Pelo amor e pela dor – vivenciei um momento de elaboração e luto pela perda.

Na seqüência, veio o Vazio... o nada... e como disse no post, estava esvaziada dos meus conteúdos antigos, para poder preencher-me novamente.

E por fim, quando escrevi Tudo Passa!! Estava de certa forma, voltando a mim mesma. Acreditando no que acreditei minha vida inteira. Que vivemos momentos, que esses momentos se vão, e o que ficam são lembranças...

E que por isso, preciso viver intensamente cada momento. Por que o dia de hoje, é o dia mais importante da minha vida...porque ontem já passou... e o amanha ainda não chegou...

Desejo a todos que me acompanham, neste blog, um lindo 2013 repleto de alegrias, descobertas e crescimento!! 
Agradeço pelo carinho, comentários (grande maioria aconteceu em off - fora do blog).
... E para mim, pretendo pensar com carinho em começar meu quarto passo e fazer um inventário de mim mesma.

!! Que Deus esteja conosco!! Que o nosso Poder Superior prevaleça em todos os nossos momentos!!
Beijooo








sábado, 15 de dezembro de 2012

Tudo Passa!!


Já passei por fases sobrecarregadas de tristeza...
E fases sobrecarregadas de alegria.

Mas tudo passa!
Esse momento também passará.

Continuo tentando me concentrar em coisas que me fazem feliz!
Porque cheguei num ponto, em que paz de espírito e liberdade, é o que mais importa.

Não é fácil conseguir isso. Mas quando passamos a cuidar melhor de nós mesmos, e consideramos todas as opções para isso, tudo fica mais fácil, a clareza vem, e aprendemos como lidar com tudo.

Tem coisas que doem e decepcionam! Mas se busco alguma serenidade, encontro paz de espírito.

E assim, continuo sobrevivendo, crescendo, ficando mais forte. Sem desistir.

E fiz o que li outro dia numa postagem:
“... apaguei números que já não são discados, esqueci mensagens que não foram enviadas...”
“Às vezes, a gente muda de direção, de caminho, de escolha.”
“E é preciso não só recomeçar, mas também se desfazer do que não merece mais ficar...”

Sei que a história de cada um é diferente, o que coincide, é que todos nós tivemos e temos que estabelecer limites sobre tudo. E isso é um direito humano.

E isso eu consigo, aprendendo a ler as situações de forma mais realista.
Aprendendo a esperar minha vez e aguardando que meu Poder Superior me dê o que é para mim, no momento certo.
Assim, as palavras certas saem, e o limite que é necessário, é afirmado.

Permitir isso, que o Poder Superior trabalhe para mim, é a única maneira e a forma mais suave e gentil de interagir com tudo e com todos.

E estou feliz por estar aqui, e por estar assim.
Consigo me permitir ser ajudada, e sou capaz de ajudar o outro no meio de tudo isso.

E tudo vai passar.
Ficarei melhor, afinal já cheguei tão longe!
E sempre há espaço para continuar crescendo.
E eu, tento me lembrar disso!

E enquanto estou longe de ser perfeita, minha serenidade continua vindo em primeiro lugar.
Continuo fazendo o que for preciso para mantê-la e viver dentro da sabedoria que ela me proporciona.

E não importa o que digo ou escrevo, pois nada fará diferença!
Porque esse momento também vai passar!

Porque "hoje", é só um dia, que será "ontem", "amanhã".


sábado, 8 de dezembro de 2012

Vazio...


Quando escrevo, estou num momento em que os pensamentos e sentimentos viram um turbilhão. E sinto, que só escrevendo, conseguirei ordenar essa bagunça. Tudo vem de forma desordenada... e eu vou colocando na escrita.

Viver esse turbilhão, de certa forma, é angustiante. É como ter um furacão dentro de nós, avassalando tudo. Mas ao mesmo tempo, significa que estou no auge das emoções e em luta para organizá-las.

O contrário disso é bem pior.

O contrário disso pode parecer paz e calmaria... mas não é.
Pelo menos, não nesse momento. E o significado disso é vazio.

Depois do ultimo turbilhão que vivenciei, os insights, e o luto na seqüência (descrito no ultimo post) ... entrei nessa fase.

Nunca lidei muito bem com o vazio.

Lembro-me na época da faculdade, um professor percebeu meu incomodo com o silencio de uma paciente. E me perguntou o que me incomodava naquele silencio.
Eu respondi: _ O silencio dela me soa como vazio.
Então ele me questionou o significado de vazio.
E eu disse: - Falta de. É como ter um nada dentro da gente. Muito ruim sentir isso.
Ele me respondeu: _ Vazio significa que você se esvaziou de todas as suas coisas, para preencher novamente. É um estágio, um momento, uma fase de crescimento.

Eu entendi. Até concordei. Mas ainda assim, é muito ruim.

E a minha vontade, é ter o que escrever para diminuir essa sensação. Afinal quando escrevo, organizo tudo dentro de mim, alivio a confusão que sinto.

Mas escrever o que??? Se sinto um nada. E este nada é literalmente nada!!

E por hoje, o que fica aqui neste post, é só um vazio!! 
pois como sempre, é só um reflexo de mim mesma.
e só por hoje, sem qualquer passo... vivo esse dia.


domingo, 2 de dezembro de 2012

Pelo amor ou... pela dor!


Simplesmente incrível como alguns acontecimentos ocorrem em nossa vida.
Semana passada eu estava naquele período feminino extremamente sensível. E estava muito, mas muito triste. Nesses períodos que não temos como justificar motivos, simplesmente ficamos.

E movida por este sentimento de tristeza, comecei a me questionar sobre continuar indo ou não ao grupo.
Inicialmente, procuramos o grupo por termos um motivo – uma adicção próxima.
Mas depois, descobrimos que continuamos voltando por nós mesmos, porque nos faz bem em todos os sentidos.

Na última terça, pensava – se para ingressar no grupo, tenho que ser amiga ou parente de um adicto... por que devo continuar indo, se não tenho mais esse pré-requisito???

O fato, é que fiquei tão angustiada com esse pensamento, que acelerei meus movimentos e me prontifiquei a ir, mais cedo que o normal.

E foi incrível!
A primeira leitura foi o de 27 de novembro do CEFE (essa data, por si só, já tem um significado todo especial). Essa leitura narra o depoimento de como um membro foi “tocado” a ir pela primeira vez ao grupo. Tirando alguns poucos detalhes, era minha história. Era a história de “ser movida pelo Poder Superior”. Parecia um reforço na minha lembrança do porque procurei o Naranon.

Partilhei sobre meus sentimentos sobre sentir-me um peixe fora d’agua no grupo. E tive respostas sobre isso.

A segunda leitura – do Livreto Historias de Recuperação – “Criticas”- me fez chorar pela primeira vez, no grupo. E pela primeira vez, senti que falei com a alma.
O texto discorre sobre o significado do ato de criticar relacionado ao fato de estarmos evitando entrar em contato conosco.

Senti uma dor imensa ao mergulhar em minhas lembranças.
Lembrei que se eu tivesse conseguido apenas “amar” e “desligar a pessoa da doença” muitas das criticas e atitudes que tive, não teriam acontecido.
E partilhei, que meu ato de criticar, nada mais era que uma forma de extravasar a raiva que eu sentia por tudo que acontecia. A intenção da crítica era transferir p/ o outro o quanto pequena eu me sentia. Mas eu conclui, nesse dia, que fazendo isso, alem de conseguir diminuir o outro, eu conseguia apenas diminuir a mim mesma...

Nesse dia, estavam seis recém-chegados. Eu olhei para cada um deles e disse: É importante aprender a amar e se desligar com amor, pois corremos o risco de descobrir, tarde demais, o quanto amamos essa pessoa, independente de sua doença.

Voltei para casa chorando.
Sabia que mais uma vez, tinha voltado ao grupo, movida pelo poder superior.
E voltei consciente, que aquele meu sentimento de tristeza, de questionar ir ou não ao grupo, tinha apenas um significado –

domeumundoparticular.blogspot.com
Eu precisava daquela reunião porque estava elaborando a perda.
E estava de luto.
E consciente que, mais uma vez, deixei de aprender pelo amor, para aprender com a dor.

E assim, dando um passo de cada vez, vou descobrindo minhas coisas, e vou aprendendo a lidar com elas... com amor... e com a dor...

e vivendo... um dia de cada vez...