Páginas

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Minha historia... um ano!


Está fazendo um ano que frequento o grupo de 12 passos, e até agora, nunca dividi com vocês que grupo é esse.
E em homenagem ao meu aniversario de freqüência, vou contar um pouco de minha historia.

Existem vários grupos de 12 passos.
NA (Narcóticos Anônimos) e  AA ( Alcoólicos Anônimos)
Nar-Anon e Al-Anon (o primeiro para familiares e amigos de adictos e, o segundo, para familiares e amigos de pessoas com problemas com álcool).
Narateen e Alateen (voltado para filhos de adictos e de pais com problemas com álcool), respectivamente.
E existem muitos outros grupos anônimos de 12 passos.

Um ano atrás, dia 21/11/2011 – eu estava muito angustiada. Sabe aqueles dias em que precisamos tomar uma decisão e não sabemos o que fazer? Pois é... eu estava assim.
Fui dormir e fiz algo que raramente faço...
Pedi a Deus que iluminasse meu caminho e me orientasse sobre a melhor decisão a ser tomada.
Eu estava naquele momento, sem saber, entregando minha vontade e minhas angustias à vontade de Deus. Eu não sabia, mas era uma espécie de “rendição”.

Eu vivenciava um conflito – Dar um basta em tudo! Ou aceitar o fato e lutar junto. Qualquer decisão que eu tomasse seria de uma dor sem fim...

No dia 22/11/2011 – não lembro como acordei... só sei que num dado momento me veio o nome allanon no pensamento.
Lembrei-me de uma época da faculdade, em que fui convidada por uma amiga para assistir uma palestra de uma psicóloga que tratava do tema co-dependencia. A palestra aconteceu num grupo Allanon.

Nesse momento, que pensei no allanon, me veio em mente que seria interessante visitar esse grupo.  E fui pesquisar na internet, os locais e endereços.

Encontrei um grupo, às 20hs e decidi ir.
Mais ou menos duas horas antes de sair, resolvi reler o que era o Allanon.
E vi que o foco do grupo era para familiares e amigos de pessoas com problemas com o álcool.
E então conclui que não seria o meu grupo.
Pesquisei novamente na internet, a partir do NA e encontrei o Naranon.
E achei nesse mesmo dia, uma reunião acontecendo em São Vicente, às 20hs.
Fui.

Cheguei lá confusa, com medo, sem saber o que estava buscando.
Fui recebida por uma companheira muito acolhedora. Contou-me sua historia, me explicou o que era o grupo, quais os objetivos e me convidou para voltar pelo menos mais seis vezes, para então decidir continuar indo ou não.

La, nessa primeira reunião, entregaram-me um folheto. Na verdade recebi vários, mas recebi um em especial que dizia: “Carta aberta à minha família”
Tratava-se de uma carta escrita por um dependente químico a alguém de sua família.
É um folheto comum no Naranon.
Mas aquela carta, eu li e reli diversas vezes. Parecia que tinha sido escrita para mim.
Não sei o que senti. Uma mistura de dor, desilusão, alivio e um pouco de consciência.
Hoje não a tenho, porque cedi para um companheiro recém chegado no grupo. Afinal, esse folheto teve um significado tão grande para mim, que me senti bem em pensar que estaria fazendo o mesmo por aquele recém chegado.

As partilhas desse primeiro dia pareciam que todas as pessoas ali presentes falavam e contavam um pouco de minha historia.
Foi uma experiência muito diferente, eu não tenho palavras hoje, para explicar.

O que tenho de especial desse dia... e que preciso muito partilhar aqui... foi justamente o fato de eu pensar, e ter ido nesse grupo.
Como eu disse, no dia anterior, angustiada pedi a Deus que me orientasse. E no dia seguinte, eu tive esse insight... de lembrar, procurar, encontrar e ir ao grupo.
Não tenho outra explicação.
Fui iluminada pelo meu poder superior. Que soprou em meus pensamentos e me fez procurar e, no mesmo dia, encontrar um grupo e chegar até ele.

Eu só sei que voltei. E continuei voltando...

Em 22/11, faço meu primeiro aniversário no Naranon.
E já tem alguns meses que não convivo mais com o motivo que me levou a esse grupo.
Até pensei, por algumas vezes, se deveria continuar indo... mas continuei...
E hoje sei que este grupo me orienta quanto ao meu crescimento espiritual, emocional, e pessoal.

Me faz bem.
O grupo, cada pessoa do grupo, as partilhas, a literatura – tudo isso faz parte desse meu momento.
E, independente de ter ou não, o motivo presente em minha vida, continuarei indo. Porque lá eu cresço, aprendo, descubro e compartilho.
Porque nesse um ano de grupo, eu fui apenas alfabetizada... ainda tenho muitos anos pela frente de aprendizado e de crescimento.
Não me tornarei uma PHD em 12 passos.
Penso que continuando minha freqüência, minha leitura, minhas partilhas... eu só posso conquistar um titulo:

_ Tornar-me uma pessoa cada vez melhor.

E é o que me basta, por hoje.
E só por hoje funciona, um dia de cada vez.

Agradeço a todos pelo carinho que tenho recebido, por email, Messenger, sms e telefone.
Muito importante saber que estou de alguma forma, colaborando com alguma coisa... e que não estou só.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

A sua opiniao é muito valiosa!